Além das carretas, as cegonheiras – veículos que transportam automóveis – também vão ter restrições para circular por Vitória. O abastecimento das concessionárias, hoje feito durante o dia, terá que ser realizado à noite. A proposta está entre as mudanças que vão ser feitas no decreto que regulamenta o tráfego de caminhões e carretas pela Capital. 
O problema com esse tipo de veículo, além do tamanho, é que eles interditam as ruas para fazer o descarregamento dos carros. “Com isso, causam transtornos ao trânsito em diversas vias”, assinala Fábio Damasceno, secretário municipal de Transportes. 
Na última semana, diversas carretas cegonheiras foram flagradas em Vitória pela equipe de A GAZETA, todas ocupando uma faixa de rua ou avenida para sua movimentação de descarga. Uma delas estava na Avenida Fernando Ferrari, uma das mais movimentadas da Grande Vitória.
Para solucionar o problema. a alternativa avaliada é transferir esse descarregamento para a noite, após as 22 horas. A proposta já preocupa Luciano Piana, presidente do Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos do Estado (Sincodives).
“É um custo a mais, porque é preciso manter funcionários nesse horário. Mas, se é lei, vamos cumprir”, frisa. Como acha pouco provável que as empresas queiram fazer o descarregamento noturno, Piana acena com a criação de um entreposto, fora de Vitória. 
No local seriam descarregados os automóveis, que seriam transportados para Vitória em caminhões menores. “Isso vai acabar gerando uma evasão fiscal. O faturamento dos veículos seria no município onde for instalado o entreposto”, argumenta. 
Ele descarta a criação de áreas de manobra e descarregamento para as cegonheiras nos pátios das concessionárias. Argumenta que poucas possuem terreno suficiente para isso. 
Gigante
22,4 metros - É o tamanho de uma carreta cegonheira, que pode transportar até 11 carros. Sua altura não deve ultrapassar a 2,25m, além de 2,40m de largura, segundo o Conselho Nacional de Trânsito.

Motoristas querem fugir da Rodovia do Contorno 
Os problemas da Rodovia do Contorno – falta de sinalização, de iluminação, obras, tráfego intenso e acidentes –, desestimulam os motoristas de caminhões e carretas a trafegarem pela via. A avaliação é de Mário Natali, superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística (Transcares).
Para fugir desses problemas, os motoristas buscam como caminho alternativo as vias de Vitória para chegar à BR 101. Dessa forma, desrespeitam a legislação municipal. “Não há justificativa, mas é o que acontece”, pontua Natali.

Sem sinalização 
A falta de sinalização nos acessos a Vitória e até mesmo na cidade é outro fator que acaba levando ao desrespeito da lei. “A sinalização que temos não é eficiente. O alerta preventivo deveria existir já nas rodovias federais, bem antes de chegar a Vitória”, pontua o superintendente, destacando que muitos caminhoneiros residem em outros Estados e não conhecem as leis municipais.
Natali avalia que as novas regras para tráfego de carretas em Vitória vão impactar a competitividade do sistema de transporte, assim como as dificuldades enfrentadas com o sistema viário; a gestão dos portos, com caminhões aguardando até três dias para serem carregados ou descarregados; e a ausência de retroárea, espaço para armazenamento das cargas. 
“Mas apoiamos a decisão da prefeitura, porque sabemos que a cidade tem suas limitações”, pontua o superintendente, acrescentando que pretende conversar com empresários do setor sobre o assunto. Ele reconhece que as ruas de Vitória são estreitas e que não suportam o peso das carretas e caminhões.

Fonte: http://www.brasilcaminhoneiro.com.br/

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