o mais importante evento de transporte do mundo. A Volkswagen Caminhões e Ônibus aproveitou a feira para mostrar o Constellation para o mundo. Mercedes-Benz e Iveco também foram destaque na feira com seus produtos de ponta

 Em um cenário que envolveu todo tipo de veículos comerciais e suas mais recentes tecnologias no campo da mecânica, segurança e emissões, o 61º Salão de Hanover, realizado entre os dias 20 e 28 de setembro, trouxe novidades para todos os mercados, desde os mais ricos aos mais pobres, além dos produtos e inovações dos tradicionais fabricantes de caminhões europeus, os donos da festa. A presença marcante na feira de representantes da China e Índia é outro fato que chamou atenção, pois signifi caram uma mostra, da Europa para o mundo, de que se tratam de países emergentes que entraram para valer na corrida dos veículos comerciais, seja como fabricante, importador ou como uma promessa de novos mercados para as marcas tradicionais.
O Brasil não ficou de fora e marcou presença com modelos do Volkswagen Constelattion. Bem posicionados no estande da montadora alemã, ao lado de modelos menores comercializados no continente europeu, os Titans Tractor Constellation foram grande destaque na Alemanha, mais ainda porque naquele país a Volkswagen produz, além dos automóveis de passeio e vans, comerciais leves abaixo de seis toneladas de PBT. O objetivo da montadora é comercializar o modelo na Turquia e mercados do Leste Europeu.
Roberto Cortês, CEO (dirigente máximo) da Volkswagen Caminhões e Ônibus, aproveitou a ocasião para anunciar a venda histórica da Volkswagen Caminhões, de 350 unidade do Constellation 17-250, feita para um único cliente, o Frigorífi co Bertin, que serão entregues até o fi nal deste ano. Originalmente, o modelo é chassi integral, mas a pedido do cliente - que irá transportar gado vivo, em carroçarias de dois andares - todas as unidades sairão de fábrica na configuração cavalo-mecânico. Outras modifi cações são a cabine-leito e dois tanques de diesel para garantir maior autonomia ao veículo.
Outro anúncio feito por Cortês na Alemanha é sobre o lançamento de uma versão do Constellation equipada com motor MWM-International de 360cv de potência até meados de 2007. O objetivo da montadora é comercializar o veículo para tracionar bitrem. Há meses uma unidade roda em teste com o implemento. No mais o objetivo da Volkswagen Caminhões e Ônibus é vender 38 mil unidades no mercado brasileiro e exportar outras 12 mil. “Já estamos vendendo produtos no Oriente Médio, onde vamos ter também um escritório de representação”, disse Cortês.
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Volkswagen apresentou o Constellation na IAA e tem planos de exportá-los para vários países fora da América do Sul
Em 2007, a montadora encerra o ciclo de investimentos de 800 milhões de dólares em 10 anos de atividades, sendo boa parte na fábrica de Resende e em novos produtos. “A visão da Volkswagen é continuar a política de expansão, como aconteceu nas fábricas do México e da África do Sul e estender sua atuação para outros mercados”, afi rmou Cortês. A empresa tem também um sistema de montagem de ônibus na Colômbia e de acordo com Cortês, o próximo passo é a Europa. “Já mostramos que somos capazes de entrar em outros mercados”, finalizou.
A Iveco, por sua vez, destacou em Hanover a preocupação com o meio ambiente e a segurança veicular na sua linha de produtos exposta na feira, Paolo Monferino, CEO da Iveco, destacou a participação da marca no mercado Chinês, onde a empresa já conta com 900 concessionários. “Não é de um número grande quando se trata de China, um país onde se constrói 10 mil quilômetros de estradas a cada ano”, disse o executivo, acrescentando que são de três redes que vendem veículos leves, médios e pesados, respectivamente. Tratase de um mercado para mais de um milhão de veículos/ano, sendo, em média, 650 mil leves, 250 mil médio e o restante pesados, com crescimento de 10 a 12% ao ano. Na Europa, o volume anual é pouco mais de um milhão de caminhões/ano.
Ainda de acordo com Monferino, o objetivo da Iveco na China é produzir caminhões mais simples para atender países onde a marca perdeu participação devido a sofi sticação. “ Vamos fazer veículos mais baratos do que os coreanos e japoneses. Hoje, por exemplo, o veículo produzido na China é robusto e poderia ser bom para algumas aplicações no Brasil”, disse, acrescentando que o custo é de um terço do produto brasileiro. Porém, o executivo tem opinião de que a China mudará e será parecida com outros do ocidente, dentro de aproximadamente 10 anos.
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Apesar de ter caminhões modernos e sofisticados na Europa e em países do primeiro mundo, a meta da Iveco é produzir caminhões mais simples, porém robustos, para outros mercados
Em relação ao transporte de cargas na Europa, Monferino explica que se trata de um continente onde as grandes frotas enfrentam muitos custos com motoristas, por isso o profi ssional tem de “viver” na cabine. Sendo assim, elas têm de ser mesmo grandes e os motores com potências altas, entre 450 e 500cv, na maioria. Em relação aos motores Euro 4, que passam a ser obrigatórios a partir deste mês de outubro na Europa, ele diz que a diferença de preço é muito pequena do Euro 3, e lembra que a Iveco agora está trabalhando mais no campo da aerodinâmica dos veículos.
A respeito do Brasil, tem opinião de que a Iveco deveria ter retornado ao País com caminhões pesados ao invés de leves, como aconteceu. “Mas agora já estamos corrigindo essa situação”, disse, ao destacar que a companhia prepara uma fábrica de motores no País, para se tornar a marca mais competitiva na América do Sul, região onde as vendas Iveco deste ano serão iguais às de 2005.
A DaimlerChrysler, cujo estande foi um dos maiores da feira, procurou enfatizar a tecnologia, baixos níveis de emissões e a segurança como itens de destaque em seus veículos. Por conta disso, a empresa expôs um modelo ao qual chamou de Actros Safety, que incorpora tudo que a montadora tem no campo da segurança para veículos pesados. Outro ponto destacado foi a preocupação em separar cada vez mais as áreas de automóveis e caminhões. Como novidade de produto, chamou atenção do público um modelo Actros de 600cv de potência, batizado de Space-Max (veja matéria na seção Boléia), que valoriza o conforto e descanso do motorista após o dia de trabalho. O novo Sprinter também foi mostrado na feira.
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Ações da DaimlerChrysler na Europa incluem separação das áreas de veículos comerciais e de passeio, oferta de veículos cada vez mais seguros e menos poluentes e que valorizem o motorista
Quanto à segurança, o CEO da companhia, Dieter Zetsche, acrescentou que a Alemanha tem conseguido reduzir os acidentes com vítimas fatais e citou que em 1970 foram registrados 21 mil casos nas rodovias alemãs e que hoje, apesar de ter havido um grande aumento na frota, as mortes reduziram para cerca de cinco mil. Em relação as tecnologias que contribuem para a redução de acidentes, ele citou um assistente de frenagem que breca sozinho o caminhão sem a interferência do motorista. O sistema está disponível como sendo uma das mais recentes inovações.
No campo das emissões, a empresa destacou à tecnologia BlueTec, já utilizada nos caminhões que rodam na Europa e a qual já está inserida em 33 mil pesados da marca em operação. Ainda em relação à proteção do meio ambiente, Zetsche citou que a BlueTec será oferecida também nos carros de passeio. Outro destaque foi o sistema denominado EcoHybrid, que reúne um motor elétrico e mecânico num mesmo veículo. O caminhão em exposição com o equipamento era um Fuso, marca da Mitsubishi para veículos pesados, e que também faz parte do conglomerado DaimlerChrysler.
Para Hubertus Troska - responsável pela divisão de caminhões Mercedes-Benz na Europa e América Latina, o desempenho dos modelos Atego e Axor comercializados no Brasil satisfaz as expectativas, porém não há planos para trazer o Actros para o País. E se isso vier a acontecer, o que é muito difícil, será por meio de importação para alguns nichos especiais.
Segurança e Economia

SCANIA
Clique para ampliar a imagemA Scania levou caminhões com motores da série DC, de 9 litros Euro 4 (230, 270 e 310cv), modelos DC de 12 litros (340cv e 380cv Euro 4 e 380cv Euro 5), motores DT 12 (420cv e 480cv Euro e 420cv Euro 5) e também pesados equipados com propulsores de 16 litros DC 16 (500cv, 560cv e 620cv Euro 4 e 500cv Euro 5), além de ônibus com propulsores Euro 4 de 9 e 12 litros, com potências na faixa de 230cv a 470cv de potência, além do motor Euro 4, de 9 litros e 230cv a etanol e duas versões de 260cv e 300cv a gás, ambos Euro 5.Como outros fabricantes de veículos, a empresa sueca procurou detacar a segurança, conforto do motorista e economia de combustível.

VOLVO
Clique para ampliar a imagemA Volvo, por sua vez, apresentou uma gama de veículos para todo tipo de aplicação e com motores que já cumprem a legislação Euro 5, prevista para vigorar a partir de 2009 no continente europeu. A empresa destacou a economia de combustível em seus produtos, por se tratar de um item de grande peso no custo do transporte rodoviário na Europa. A empresa também apresentou um modelo pesado com tecnologia híbrida, que combina potência do motor elétrico e motor diesel, que podem operar de forma independente. Além disso, o motor mecânico pode, ainda, funcionar com biodiesel. Outras ações da companhia em relação à redução do consumo de combustível inclui o treinamento de motoristas, um aparelho que monitora a pressão dos pneus e a aerodinâmica do caminhão, além de um sistema com três níveis diferentes para gestão de frota. MAN, DAF, Renault e outros fabricantes também estiveram na feira expondo seus produtos e novidades

Fonte: http://www.revistaocarreteiro.com.br/

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